03 agosto 2006

A explicação

Perguntaste-me ontem como sei que te amo. Eu sorri.

Consigo sentir o meu coração a bater cada vez que te aproximas de mim. A acelerar… A ultrapassar os segundos do relógio… A respiração que aparece onde andas havia apenas o movimento pulmonar instintivo. E outra e outra vez… Por mais que ele bata, por mais que eles se expandam e se contraiam, não chegam a alcançar a líder desta eterna maratona. O meu pensamento, ele flecte incessantemente para ti. Sem intermitências. Sem pausas. Sem momentos de inflexão.

É o teu pensamento que me acorda e é o teu pensamento que esboça um sorriso e me levanta pela manhã. Quando não estás lá, é ainda contigo que converso enquanto faço o pequeno-almoço e é a ti que leio as notícias do jornal da manhã. É para ti que escolha a roupa com que vou trabalhar. É para que te orgulhes de mim que sou um cavalheiro no metro e na camioneta. É para poder ter uma vida contigo que me esforço um pouco mais no trabalho. É, de certo, a pensar em ti que te ligo a combinar o almoço. É com as tuas asas que voo escadas abaixo e direito ao pequeno restaurante de esquina em que almoçamos cúmplices e apaixonados. É a pensar que te reverei mais tarde que regresso ao trabalho. É contigo que janto, ainda quando não estás lá. É a ti que ligo quando preciso de partilhar alguma coisa, tirar uma dúvida existencial, pedir um pouco de incentivo, ou simplesmente ouvir de novo a tua voz. É contigo que saio noite após noite, para dançar, cantar, ver as estrelas, ir ao cinema, ou seja o que for. É a ti que amo noite após noite. E, ainda quando não adormeces nos meus braços, é a ti que boa noite pela última vez antes de adormecer. E és tu que me embalas para o sono e me adoças os sonhos.

É assim que sei.