31 agosto 2006

Neste instante

Ama-me. Só hoje. Só agora. Aqui. A mim.

Beija-me com sofreguidão. Pecaminosamente. Beija-me o interior do lábio superior com o interior do teu lábio superior. Dizem que nada pode ser mais excitante… Massaja-me com a tua língua de sabor apimentado. Os lábios, as faces… o pescoço. Sente o respirar da minha pele nos teus lábios. Levemente, tão levemente… como se me sentisses no extremo mais afastado da minha pele. Desfigura-me com beijos. Desenha-me o rosto, constrói-me a face, sublinha-me o perfil… Fecha os olhos e deixa-me respirar o teu ar, como força de vida, elixir vital.

Diz que me amas. Domina-me de paixão como as sereias a Ulisses. Entranha a tua voz no meu corpo. Seduz-me murmurando, soprando o meu nome entre os meus cabelos. Respira o meu corpo, sorve o meu cheiro, saboreia a minha língua como um rebuçado e toca-me levemente os lábios com a língua.

E não pares até eu me cansar de te sentir.