21 março 2009

O caminho era suposto ser longo. A espera, as paragens à beira estrada, o suave murmurar do começo de viagem. E, no entanto, olhando o mapa, vejo que estou a meio caminho do fim, sem ter viajado… sem me ter mexido. Onde passei o sinal?, onde omiti a curva?, onde descruzei o destino?...

E tu estás aqui, mas de malas prontas. Tal como sempre esperei, partilhamos o caminho. Tal como combinei, encontrei-te por acaso. E, por ironia, coincidência, ou simplesmente porque não há qualquer razão, a tua próxima cidade não é a minha. A tua viagem exige que eu não seja companhia.

E eu sorrio enquanto me despeço desejando felicidades e até a próxima. Sabendo que não terei nenhuma das três.

24 janeiro 2009

Meu amor,

Pára. Não mais, não mais. Protege-me da tua ausência. Mata esta sofreguidão que existe em mim. De ti. Não me digas mais beijos, não me escrevas paixão. Sai detrás desses envelopes que perfumas de ti e que, quando abertos, nunca te trazem. Larga essa coisa a que chamam existir e vem viver. Traz-te e plantaremos o nosso amor aqui. Ali. Por todo o lado. E a felicidade brotará de nós como flocos de neve na serra sonhada.

Para sempre nós,

03 janeiro 2009

Meu amor,

Existe uma subtil diferença entre desejar os teus beijos e desejar que mos queiras dar. Eu poderia desistir dos teus beijos. Por um momento, para que pudéssemos os dois descansar uma noite abraçados; por um momento maior, para que pudesses ir cumprir obrigações longe de mim; por um momento verdadeiramente grande, por uma viagem, peça do destino. Até por um momento sem fim... por razões dessas comezinhas como a saúde ou a tua felicidade. Desejo os teus beijos, mas não muito.

O que verdadeiramente me mata é tu não quereres dar-mos.

Para sempre nós,