Eu avanço um verso, retruco um sorriso. Dou dois passos de prosa e acabo o parágrafo.
Tu sorris, primeiro em terceto, logo avanças o quarteto, e concedes-me o soneto. Às minhas perguntas, respondes com mesuras, os meus avanços recebem perfeitos recuos.
A coreografia segue a mímica das sílabas, pequenas, grandes, espaços… O ritmo acalenta o gesto, a pontuação. Conduzo-te com graça, com eloquência, e quem nos vê só percebe um par.
Escrevo-te uma carta, improviso uma assinatura e só no fim te envio um beijo. Dançamos até acabar a tinta, o papel se enrugar em tempo que não sentimos passar. Nas linhas onde caligrafámos melodias apaixonadas, ouvindo harmonias famosas e eternas, apenas ficámos tu e eu.