Ama-me. Só hoje. Só agora. Aqui. A mim.
Beija-me com sofreguidão. Pecaminosamente. Beija-me o interior do lábio superior com o interior do teu lábio superior. Dizem que nada pode ser mais excitante… Massaja-me com a tua língua de sabor apimentado. Os lábios, as faces… o pescoço. Sente o respirar da minha pele nos teus lábios. Levemente, tão levemente… como se me sentisses no extremo mais afastado da minha pele. Desfigura-me com beijos. Desenha-me o rosto, constrói-me a face, sublinha-me o perfil… Fecha os olhos e deixa-me respirar o teu ar, como força de vida, elixir vital.
Diz que me amas. Domina-me de paixão como as sereias a Ulisses. Entranha a tua voz no meu corpo. Seduz-me murmurando, soprando o meu nome entre os meus cabelos. Respira o meu corpo, sorve o meu cheiro, saboreia a minha língua como um rebuçado e toca-me levemente os lábios com a língua.
E não pares até eu me cansar de te sentir.
31 agosto 2006
24 agosto 2006
A melodia do teu nome...
Enquanto estás aqui, pele contra pele, enquanto te sinto o corpo e te roubo suspiros de felicidade, o meu espírito navega longe. Por outras cidades, de outros países, de mundos distantes. E nesses sítios baldios e belos, longe do teu cheiro de lápis-lazúli, dos teus cabelos de paixão, sonho acordado. E dentro do sonho é contigo que sonho…
E se mesmo dentro do véu onírico, houver um novo sonho a ser sonhado, serás sempre tu. Será sempre contigo.
Estarei longe daqui. Estarei longe até de mim. Mas o meu coração só trauteia a tua melodia…
E se mesmo dentro do véu onírico, houver um novo sonho a ser sonhado, serás sempre tu. Será sempre contigo.
Estarei longe daqui. Estarei longe até de mim. Mas o meu coração só trauteia a tua melodia…
17 agosto 2006
Vamos fugir?
Eu prometo que te farei feliz e tu prometes ficar feliz. Levamos algum dinheiro, alguma comida, alguma roupa… só para que os invejosos não se apercebam que o nosso amor é coisa maior e alimenta-nos alma e corpo, cobre-nos pecados e vergonhas.
À hora combinada eu te esperarei atrás da Igreja e tu chegarás atrasada, trazendo no rosto o meu peito desesperado. Inquieto e inseguro. Mas nunca duvidoso… Aparecerá um cavalo branco pouco depois de sairmos da cidade e cavalgaremos toda a noite até o cansaço se apoderar da montada.
Ouviremos histórias que contam as lavadeiras sobre o casal de amantes que é procurado por toda a parte. Veremos as barreiras nas estradas, ouviremos os cães, esconder-nos-emos dos céus indiscretas…
Ao fim de dias de caminho, e noites de fadiga, encontraremos uma colina radiante, um lugar esplendoroso, um pinhal por perto, o mar ao fundo, uma praia, e um maravilhoso pôr-do-sol todas as noites.
À hora combinada eu te esperarei atrás da Igreja e tu chegarás atrasada, trazendo no rosto o meu peito desesperado. Inquieto e inseguro. Mas nunca duvidoso… Aparecerá um cavalo branco pouco depois de sairmos da cidade e cavalgaremos toda a noite até o cansaço se apoderar da montada.
Ouviremos histórias que contam as lavadeiras sobre o casal de amantes que é procurado por toda a parte. Veremos as barreiras nas estradas, ouviremos os cães, esconder-nos-emos dos céus indiscretas…
Ao fim de dias de caminho, e noites de fadiga, encontraremos uma colina radiante, um lugar esplendoroso, um pinhal por perto, o mar ao fundo, uma praia, e um maravilhoso pôr-do-sol todas as noites.
10 agosto 2006
Posso convidar-te para dançar?
Eu avanço um verso, retruco um sorriso. Dou dois passos de prosa e acabo o parágrafo.
Tu sorris, primeiro em terceto, logo avanças o quarteto, e concedes-me o soneto. Às minhas perguntas, respondes com mesuras, os meus avanços recebem perfeitos recuos.
A coreografia segue a mímica das sílabas, pequenas, grandes, espaços… O ritmo acalenta o gesto, a pontuação. Conduzo-te com graça, com eloquência, e quem nos vê só percebe um par.
Escrevo-te uma carta, improviso uma assinatura e só no fim te envio um beijo. Dançamos até acabar a tinta, o papel se enrugar em tempo que não sentimos passar. Nas linhas onde caligrafámos melodias apaixonadas, ouvindo harmonias famosas e eternas, apenas ficámos tu e eu.
Tu sorris, primeiro em terceto, logo avanças o quarteto, e concedes-me o soneto. Às minhas perguntas, respondes com mesuras, os meus avanços recebem perfeitos recuos.
A coreografia segue a mímica das sílabas, pequenas, grandes, espaços… O ritmo acalenta o gesto, a pontuação. Conduzo-te com graça, com eloquência, e quem nos vê só percebe um par.
Escrevo-te uma carta, improviso uma assinatura e só no fim te envio um beijo. Dançamos até acabar a tinta, o papel se enrugar em tempo que não sentimos passar. Nas linhas onde caligrafámos melodias apaixonadas, ouvindo harmonias famosas e eternas, apenas ficámos tu e eu.
03 agosto 2006
A explicação
Perguntaste-me ontem como sei que te amo. Eu sorri.
Consigo sentir o meu coração a bater cada vez que te aproximas de mim. A acelerar… A ultrapassar os segundos do relógio… A respiração que aparece onde andas havia apenas o movimento pulmonar instintivo. E outra e outra vez… Por mais que ele bata, por mais que eles se expandam e se contraiam, não chegam a alcançar a líder desta eterna maratona. O meu pensamento, ele flecte incessantemente para ti. Sem intermitências. Sem pausas. Sem momentos de inflexão.
É o teu pensamento que me acorda e é o teu pensamento que esboça um sorriso e me levanta pela manhã. Quando não estás lá, é ainda contigo que converso enquanto faço o pequeno-almoço e é a ti que leio as notícias do jornal da manhã. É para ti que escolha a roupa com que vou trabalhar. É para que te orgulhes de mim que sou um cavalheiro no metro e na camioneta. É para poder ter uma vida contigo que me esforço um pouco mais no trabalho. É, de certo, a pensar em ti que te ligo a combinar o almoço. É com as tuas asas que voo escadas abaixo e direito ao pequeno restaurante de esquina em que almoçamos cúmplices e apaixonados. É a pensar que te reverei mais tarde que regresso ao trabalho. É contigo que janto, ainda quando não estás lá. É a ti que ligo quando preciso de partilhar alguma coisa, tirar uma dúvida existencial, pedir um pouco de incentivo, ou simplesmente ouvir de novo a tua voz. É contigo que saio noite após noite, para dançar, cantar, ver as estrelas, ir ao cinema, ou seja o que for. É a ti que amo noite após noite. E, ainda quando não adormeces nos meus braços, é a ti que boa noite pela última vez antes de adormecer. E és tu que me embalas para o sono e me adoças os sonhos.
É assim que sei.
Consigo sentir o meu coração a bater cada vez que te aproximas de mim. A acelerar… A ultrapassar os segundos do relógio… A respiração que aparece onde andas havia apenas o movimento pulmonar instintivo. E outra e outra vez… Por mais que ele bata, por mais que eles se expandam e se contraiam, não chegam a alcançar a líder desta eterna maratona. O meu pensamento, ele flecte incessantemente para ti. Sem intermitências. Sem pausas. Sem momentos de inflexão.
É o teu pensamento que me acorda e é o teu pensamento que esboça um sorriso e me levanta pela manhã. Quando não estás lá, é ainda contigo que converso enquanto faço o pequeno-almoço e é a ti que leio as notícias do jornal da manhã. É para ti que escolha a roupa com que vou trabalhar. É para que te orgulhes de mim que sou um cavalheiro no metro e na camioneta. É para poder ter uma vida contigo que me esforço um pouco mais no trabalho. É, de certo, a pensar em ti que te ligo a combinar o almoço. É com as tuas asas que voo escadas abaixo e direito ao pequeno restaurante de esquina em que almoçamos cúmplices e apaixonados. É a pensar que te reverei mais tarde que regresso ao trabalho. É contigo que janto, ainda quando não estás lá. É a ti que ligo quando preciso de partilhar alguma coisa, tirar uma dúvida existencial, pedir um pouco de incentivo, ou simplesmente ouvir de novo a tua voz. É contigo que saio noite após noite, para dançar, cantar, ver as estrelas, ir ao cinema, ou seja o que for. É a ti que amo noite após noite. E, ainda quando não adormeces nos meus braços, é a ti que boa noite pela última vez antes de adormecer. E és tu que me embalas para o sono e me adoças os sonhos.
É assim que sei.
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