05 julho 2007

Acabar?

Sinto na pele o vento molhado, salgado, azulado. Um sol que me atinge com meio dia de céu sem nuvens. Sinto na verdadeira acepção do sentir. De tocar e cheirar, pisar, abraçar e morder. Como se houvesse outra forma de sentir. Como se fosse diferente a pele empolada de uma queimadura e uma lágrima de traição. Ou um tornozelo inchado e um lábio tremente.

Eu não tenho dois sentires. O vento que me embate, o sol que me empurra, o amor que me preenche. Sinto-o no peito, em cada batida cardio-muscular. Sinto-o de sentir, de prazer e sofrer, de quente e frio, de duro e macio.

E queres saber se pode acabar? Um sentir assim? Que me incha de vida e se transpira em mim por poros incapazes de o suster? Deixarei algum dia de sentir o sol? O vento?... Pois se tal dia se atrever e chegar, dele será o acabar.