Há uma beleza na indefinição da chama. Na sobreposição de cores que misturadas não gozam de nome próprio. Nas formas hesitantes e vibrantes que queimam sem tocar. É intrigante ver o que tão dificilmente as palavras alcançam e ainda mais, senti-lo belo. Saber para dentro, como quem quase cora e logo resguarda a doce partilha de ser seduzido pelo que não se consegue dizer o que é.
Assim são os olhos da Joana. Olhos de Outono começado, ainda verdes de Verão, já castanhos de Inverno. Assim é o seu estar, de sorriso entreaberto e desarmante posto nas palavras sérias e profissionais. Beleza, mas beleza sem explicação.