15 agosto 2008

Meu amor,

Hoje sequei as minhas saudades de ti ao vento, mas ficaram-me no rosto os vincos ásperos do sal cristalizado. E é tal o peso desse sal que o meu peito se não abre o suficiente para se preencher com o torturante oxigénio… Na verdade, ainda não estou certo que estejas tão longe. Na verdade, ainda não consegui entender que partiste. Sinto que não é possível viver sem ser a teu lado, porque o meu amor por ti cresceu, transformou-me, ultrapassou-me… e agora é maior que a própria vida. Não me sinto vivo, assim. Respiro por mera obrigação, respiro porque sei que te vou rever. O ar que inspiro e dolorosamente me invade serve tão-somente para me conservar, para me manter. Como um pote onde se guardaram as cinzas da Fénix carbonizada. E serás tu e o teu beijo o meu fogo do renascer.

Até ao nosso regresso, do sempre teu,