Sendo a esperança de vida do homem médio português de setenta e cinco anos, seis meses equivalem a um cento e cinquenta avos (ou seiscentos e sessenta e seis partes por mil) de uma vida. Muito pouco portanto.
E se eu sentir cada uma das quinze milhões, setecentas e sessenta e oito mil, trezentas e vinte e duas batidas que o meu coração sofreu nesse «pouco portanto»?... Se eu lembrar cada uma das cento e oitenta e três solitárias manhãs em que não acordaste comigo? Se eu chorar cada uma das cento e oitenta e três solitárias noites em que fingi adormecer, sem souber se estavas bem, alegre, triste ou adormecida?...
Seis meses tão mal contados.